segunda-feira, 26 de julho de 2010

Sobre-humano

Entre tanta covardia deste mundo (mundão covarde, mundão medroso...)
Covardia dos homens, que não têm coragem nem pra colocar o nariz pra fora das janelas da razão...
Covardia destas nuvens cinzas que insistem em esconder a bola de ouro que ilumina o céu...
Covardia de todos aqueles que calam quando na verdade queriam gritar...
Covardia dos que já apanharam e se trancam em casa por medo de apanhar de novo...
Toda a covardia que consome os que já caíram do muro, e agora não tiram os pés do chão...
Os que já caíram da árvore, e agora não tiram os pés do chão...
Que caíram do precipício de um amor, e agora não tiram seus pés do chão...

Me enchi.
Enchi, enchi... Enchi tanto!
E quando achei que iria explodir, me enchi de coragem e resolvi!

Resolvi abrir as portas da razão e sair correndo pela rua. Sem cordas, sem roupas, sem lenço nem documento... Sem rumo...
Corri, corri... Corri tanto!
E o vento me abraçou como um pai abraça sua filhinha...
Bagunçou meus cabelos...
Secou minha língua...
Me empurrou, me carregou...
Dançou comigo uma valsa linda...

Resolvi assoprar com todas minhas forças pra fazer as nuvens cinzas se dissiparem...
Assoprei, assoprei... Assoprei tanto!
E assim fiz até as minhas bochechas ficarem roxas...
E então o sol me sorriu, aquecendo minhas idéias mais secretas que andavam congeladas...
Refletindo em minha pele branca...
Realçando os fios de fogo que brotam na minha cabeça grande...

Resolvi gritar tudo aquilo que estava entalado na garganta.
Tantas coisas aprisionadas pela escravidão do medo...
Gritei, gritei... Gritei tanto!
Que fiquei até com dor de garganta!
Aí tomei tereré trincando de tão gelado, tomei sorvete de cupuaçu e fiquei tocando violão no sereno, sentada na grama úmida da madrugada.
E a dor de garganta passou! rs

Resolvi dar minha cara a tapa.
Assim, à vontade, pra quem tivesse CORAGEM de conhecer as consequências.
De fato... Apanhei.
Apanhei, apanhei... Apanhei tanto!
Mas aprendi a bater de volta.
Aprendi a levantar de volta.
Aprendi a apanhar de volta...
E aprendi que é assim que fico mais forte.

Resolvi subir no muro mais alto pra ver o que tinha do outro lado.
Subi, subi... Subi tanto!
Que muro alto, achei que nunca chegaria ao topo!
Que fantástico!
Nossa, nunca tinha visto coisa parecida!
Mas não posso contar o que tinha do outro lado...
Saber isso é mérito apenas dos que já subiram lá. rs

Resolvi escalar a árvore mágica cujos frutos não caem.
Só come daqueles frutos quem sobe para apanhá-los!
Escalei, escalei... Escalei tanto!
Toda ralada, esfolada e cansada, me maravilhei com suas cores vivas, me lambuzei com seu doce, seu sumo...
Tentei trazer alguns frutos, mas quando pisei no chão eles sumiram!
É a regra da magia...

Resolvi, por fim, me jogar do precipício de um amor.
Me joguei e caí...
Caí, caí... Caí tanto!
E quando em plena quedra livre eu via o chão se aproximar, fiz uma descoberta in-crí-vel:



Descobri que...





P    O    S    S    O             V    O    A    R  !



(Será um sonho?)

2 comentários:

  1. Sei...passarinha...voa mesmo!!
    Agora, para com esta palestrinha de dizer q já apanhou muito...pq vc é má, é a mulher do metal, q bate nos menininhos!!rs

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  2. voar ao infinito, nao com asas ou poderes, mas flutuar e viajar em sonhos, sentir-se leve como a brisa, e voar só com o desejo de seu coraçao..
    bjs minina q bate em minininhos..

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